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O Último Tango em Paris: subversivo até quando?

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 1 de dez. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de fev. de 2022


Curiosa essa palavra “subversivo” que tem sido o adjetivo mais aplicado a O Último Tango em Paris.

Curiosa porque, há 46 anos, quando o filme foi lançado, subversivo soava como libertário na Europa e destruidor dos bons costumes em países do Terceiro Mundo. Agora, às vésperas de completar cinquenta anos, e na semana da morte do diretor, o filme ressurge na mídia como ofensivo ou perturbador.

Mas o que havia, na época do lançamento de O Último Tango em Paris, e está de novo em alta, é uma real inabilidade para lidar com temas sexuais, inabilidade que aliás nunca deixou de existir, mas que soava um pouco cafona em ambientes “culturalmente corretos”.

Paul e Jeanne se encontram num apartamento para alugar na Paris de 1972. Por algum desses motivos que parecem estranhos, mas que certamente habitam a mente de muitos, o homem de 45 anos beija a moça de 20 e inicia um avanço sexual que só não pode ser considerado estupro pela concordância dela.

A partir daí iniciam um relacionamento com a condição, imposta pelo americano, de que não sejam revelados nomes e nem detalhes pessoais. O filme é tão restrito nesse aspecto que jamais soubemos o nome da mãe de Rosa, a esposa de Paul que havia acabado de cometer suicídio.

Se a intimidade social não aparece, a sexual é escancarada, desbocada e suja (no bom sentido, poderíamos dizer). Bertolucci deixa os atores livres para improvisações, e o que se vê são momentos de puro lirismo. Impossível esquecer a metamorfose vivida por Paul, de homem violento em um quase garotinho soluçando junto ao corpo de sua esposa morta.

Há também um cena emblemática, que poderíamos classificar como profética, na qual Jeanne vocifera contra o seu noivo Tom, que está filmando a vida dela, reclamações sobre a forma como “não suporta estar sendo usada” e até mesmo que “se sente estuprada”, frases que seriam empregadas pela atriz Maria Schneider mais tarde, na vida real.

A fotografia de Vittorio Storaro e a música de Gato Barbieri emolduram essa obra de arte.

 
 
 

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