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O Atalante é pura poesia

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 16 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de fev. de 2022


O Atalante conta uma história singela, porém, como ocorre nas obras de arte, é a forma de contar que coloca o filme como uma experiência poética. Realizado em 1934, as cenas parecem, a princípio, repetir a vocação de documentarista do diretor Jean Vigo (que morreria antes da distribuição do filme), retratando um casamento em uma cidade do interior.

Como saídos de uma comédia muda, dois homens apalermados correm antes dos convidados para preparar uma recepção à noiva no barco L'Atalante, que faz viagens pelo rio Sena entre Le Havre e Paris. Não há festa de casamento e, ainda de vestido de noiva, Juliette é, literalmente, içada a bordo pendurada na retranca das velas.

Logo a moça descobrirá que estar casada em um barco representa conviver não apenas com seu marido, o jovem capitão Jean, mas também com seu imediato, o velho Papai Jules com seus gatos e um grumete. É inevitável que a nova moradora entre em conflito com os hábitos nada higiênicos dos três marinheiros.

Não há grandiosidade no filme, a não ser quando Juliette ouve, no rádio, que o barco está chegando a Paris. O capitão a convida para uma noite na Cidade-Luz, mas a aventura é frustrada porque Jules sai para uma de suas bebedeiras. Mais tarde, Jean passeia com sua amada pelos cafés e salões de Paris, onde Juliette encontra um chapliniano mágico que flerta e dança com ela, sob o olhar raivoso de Jean.

O episódio com esse personagem acaba por despertar em Juliette um desejo de conhecer mais a cidade, que não é uma deslealdade a Jean, mas um arroubo de uma menina do interior deslumbrada pela cidade grande. Quando ela sai do barco sozinha, Jean é tomado de ciúme e antecipa a partida, deixando-a na cidade.

A separação é dolorosa para ambos. Ela sofre as violências e o descaso da cidade. Ele sofre pela ausência da esposa. O diretor conduz as desventuras de ambos com leveza e, embora a dor fique clara, não há nada mais do que a certeza de um ato pueril de ciúme. Experiente, o velho Jules sabe que o capitão nunca voltará a ser o mesmo até que Juliette retorne a bordo.

 
 
 

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