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Ervas Flutuantes: sinfonia inesquecível

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 20 de abr. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de ago.


Os três ideogramas do kabuki, forma de teatro japonês retratado em Ervas Flutuantes, significam canto, dança e habilidade. O filme é tudo isso, e mais: a música, cinematografia e direção de arte são tão coordenadas que a obra se assemelha a uma sinfonia do tipo que costumamos cantarolar pelo resto de nossas vidas.

Na vila de pescadores, onde a trama se passa, não há personagens grandiosos; é como se fossem pessoas do bairro vivendo as suas vidas no cotidiano. O protagonista, Komajuro, é um ator de meia idade que lidera a trupe de uma companhia de teatro decadente e itinerante, artistas conhecidos no Japão como “ervas flutuantes”.

Chamado de mestre pelos demais componentes da equipe, o velho ator passa muito tempo na casa de saquê de Oyoshi, com quem teve um filho no passado. Komajuro se alegra com o rapaz, um funcionário dos correios que pensa que ele é seu tio.

As constantes ausências despertam suspeitas, e posteriormente o ciúme, de sua atual companheira e estrela da companhia Sumiko, que descobre o segredo do mestre, e, repreendida duramente por este, contrata a jovem atriz Kayo para seduzir Kiyoshi, o filho de Komajuro. Essa trama conduz a consequências inesperadas, pois os dois jovens se apaixonam.

Yasujiro Ozu conduz esses desencontros de uma forma peculiar, longe do dramalhão ocidental e bem mais econômico do que a ciclotimia das comédias românticas. A empatia com os personagens é conquistada através de um truque de direção: a maioria dos diálogos ocorrem sem que os personagens se olhem de frente. O olhar é geralmente dirigido diretamente à plateia.

A cinematografia belíssima de Kazuo Miyagawa é feita numa posição inferior à dos atores. Entre as cenas, o diretor insere o que chamou de pillow shot, um pequeno vídeo de cerca de sete segundos, que permite ao espectador “recuperar sua calma”.

Na cena final, Komajuro, como muitos maridos, dá um piti com sua companheira na estação de embarque. Aos poucos, se acalma, o trem parte, e ficamos com a música maravilhosa de Takanobu Saitô.

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