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Interlúdio: belo, simples e natural

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 11 de mai. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de fev. de 2022


Interlúdio é com certeza o filme mais elegante de Hitchcock. É belo em função da cinematografia perfeita de Ted Tetzlaff, belíssimo pela presença inesquecível de Ingrid Bergman e, ao mesmo tempo, simples pelo roteiro de Ben Hecht, e quase natural pela atuação confortável de Cary Grant.

Embora tenha como pano de fundo um cenário de espionagem internacional, no caso um complô nazista no Rio de Janeiro, a história gira em torno de um triângulo amoroso formado por Alicia, uma moça de reputação duvidosa que, apesar disso, ou talvez por causa disso, é amada por dois homens. Um se destrói porque é obrigado a convencê-la a se entregar ao outro para desvendar o mistério. O outro igualmente se destrói porque confia cegamente nela, se descuidando das regras de segurança que deveria seguir.

O que mais impressiona em Interlúdio é que, apesar da periculosidade dos espiões alemães, e dos assassinatos e tentativas de assassinato ocorridos, não se vê uma arma, e nem uma única gota de sangue.

Além disso, no desenvolvimento da trama, não faltam os famosos truques de Hitchcock, os MacGuffins, elementos do roteiro com os quais a audiência se preocupa, mas que não dizem respeito a absolutamente nada. Um exemplo disso é a descoberta feita pelo agente Devlin de uma substância radioativa escondida em uma série de garrafas da adega de Sebastian, então marido de Alicia. A existência da substância, quando ainda nem se sabia do que foram feitas as bombas de Hiroshima e Nagasaki (o filme é de 1946), é absolutamente irrelevante.

Outras cenas memoráveis ocorrem. Como a visão cambaleante, a partir do ponto de vista de uma Alicia com ressaca, através de um copo de Alka Seltzer. Quando Devlin tenta salvar sua amada, que está sendo envenenada pela sogra nazista, ele sobe uma escada em poucos segundos. Ao descerem, o número de degraus parece multiplicado por dez.

No final, quando esperamos um tiroteio ou alguma perseguição épica, um senhor gentil surge na porta da mansão e convida Sebastian:

─ Alex, poderia entrar por favor? Quero falar com você ─ e ele vai.

 
 
 

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