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Mãe! Sensações de horror, perplexidade e agonia

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 22 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de fev. de 2022


Numa casa de estilo vitoriano, isolada em um vale cercado por floresta definida como “paradisíaca”, vive um casal em isolamento intencional. Como o filme não nomeia seus personagens, podemos dizer que mãe é a jovem esposa d'Ele, um poeta que tenta reescrever uma obra que o leve a sucessos anteriores. Ela está no meio do trabalho de restauração da velha casa, praticamente destruída por um incêndio que só deixou intacta uma pequena pedra preciosa, que o poeta mantém em sua mesa de trabalho como uma relíquia.

Na forma das tradicionais donas de casa, mãe sobe e desce escadas, muitas vezes descalça, fazendo todas as coisas, desde limpar a casa até emassar paredes. A ela conectamos nossa percepção, pois, com exceção de duas cenas, é através dela que passa toda a narrativa do filme.

Um médico chega à casa, seguido de sua esposa e, um pouco mais tarde, por seus alucinados filhos. Mãe jamais recebe uma explicação sobre quem são aquelas pessoas ou porque elas se encontram ali na sua casa, quebrando todas as regras e a integridade da casa.

À princípio, pensamos se tratar de uma farsa, pelo calor das discussões e a atuação niilista do homem e da mulher, vividos com brilhantismo por Ed Harris e Michelle Pfeiffer. Quando ocorre a primeira morte violenta, e a pia da cozinha vem abaixo, sabemos que algo inexplicável ocorrerá no filme do que um simples drama psicológico.

Após uma breve calmaria, em que, pela primeira vez o marido atende um desejo da mãe e, finalmente, a engravida, tudo parece fluir de forma tranquila, e o poeta completa a sua outra criação, um emocionante poema.

O final do filme é recheado de ação que nem o mais alucinado espectador seria capaz de prever: multidões invadem e destroem o interior da casa, grupos rivais se enfrentam, luta armada, antropofagia e caos. Há símbolos apocalípticos desconexos por toda parte.

Não se trata mais de um relato: são apenas sensações, vividas com horror, perplexidade e agonia. Mas, percebendo que não há mais salvação em meio à turba descontrolada, mãe vai ao porão da casa, e completa (ou inicia) um ciclo vital.

 
 
 

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