Aurora: experiência cinematográfica de sonho
- JORGE MARIN
- 3 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de fev. de 2022
Aurora é um filme extraordinário. Considerado por muitos como o melhor filme mudo já realizado, foi a primeira obra do cineasta alemão F.W. Murnau em Hollywood. Lançado em 1927, já no início dos filmes sonoros, não teve grande sucesso comercial, mas ficou há quase um século como uma experiência inesquecível.
A verdade é que, depois que os filmes sonoros surgiram, exatamente naquele mesmo ano de 1927, com o O Cantor de Jazz, grande parte da experiência cinematográfica reside nos diálogos. Em Aurora, a força está nas imagens e na expressão emocional dos atores.
Além disso, o filme não é totalmente mudo. Ele se utiliza de um equipamento, chamado “Movietone”, que era uma faixa de áudio, gravada num disco de vinil, que era reproduzida nas caixas de som à medida que o filme ia sendo projetado. Isso permitia uma experiência sonora completa, com músicas instrumentais e vários efeitos sonoros, como barulho do trânsito, trovões e outros. Só não há diálogos, e até mesmo os intertítulos são raros e com pouco conteúdo.
A história é simples e universal, de “nenhum lugar e de todos os lugares”. Os personagens não são nomeados: eles são apenas O Homem (George O’Brien), “A Mulher” (Janet Gaynor) e “A Mulher da Cidade” (Margaret Livingston). O Homem, um fazendeiro casado, tem um caso com A Mulher da Cidade, que sugere, num encontro, que ele mate A Mulher, venda a fazenda e venha morar com ela na cidade.
O Homem reluta a princípio, mas acabam arquitetando um plano: ele convidará a esposa para um passeio e a afogará no caminho. Tudo funciona perfeitamente bem, até que, dentro do barco, o homem se encaminha para a mulher, mas não consegue cometer o crime. Mas a mulher percebe que há alguma coisa errada e foge dele assim que chegam à margem.
Quando enfim se reconciliam, resolvem se divertir na cidade juntos onde episódios divertidos acontecem com danças, cenas cômicas e momentos de ternura. À noite, cansados e felizes retornam ao barco, mas uma tempestade os atinge no meio do caminho de volta.

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