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A Pior Pessoa do Mundo é a mais doce

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 26 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de ago. de 2022


A Pior Pessoa do Mundo é uma dramédia dirigida com brilhantismo e sensibilidade extrema pelo norueguês Joachim Trier. Na cena inicial, Julie (Renate Reinsve) fuma e dedilha seu celular em um momento antecipado do Capítulo 2 (são 12 capítulos mais um prólogo e um epílogo). Como acontece na maior parte do filme, a protagonista está deslocada. “Sinto-me como uma espectadora da minha própria vida”, diz.


Depois de cursar – e se desinteressar em seguida – por Medicina, Psicologia e Fotografia, Julie se torna balconista de uma livraria. Chegando aos trinta anos, todas as expectativas da juventude se transformam de repente em imperativos implacáveis da vida adulta: ter um emprego fixo, filhos, relacionamento estável entre outros padrões do status quo.


Nesse mar de incertezas (há alguma certeza absoluta?), ela conhece Aksel (Anders Danielsen Lie), um famoso cartunista criador de um personagem politicamente incorreto. Dez anos mais velho do que Julie, ele logo propõe que os dois não fiquem juntos porque as prioridades de vida de ambos estarão sempre em descompasso. Ela aceita ir embora, e ele se apaixona.


Os dois ficam juntos. Aksel se mostra um parceiro suficientemente bom, compreensivo e divertido, mas há algo na relação que não funciona, não pelo que eles fazem, mas pelo que ambos são. Isso deixa Julie às vezes à margem do que acontece, e ela tem coragem o bastante de ser arrebatadoramente imprudente e abandonar a situação em busca de uma felicidade pessoal, da qual ela mesma duvida.


Em um desses momentos em que Julie está “fora do contexto” (aquela cena inicial), ela caminha pelas ruas e, entrando em uma festa de casamento onde não conhece ninguém, encontra Eivind (Herbert Nordrum). Com o compromisso de não trair seus parceiros, eles extravasam a paixão do momento em um hilário ritual de intimidades “permitidas”.


Os capítulos se sucedem como um conjunto às vezes caótico de inícios e términos, pequenas vitórias e tragédias inesperadas que, como qualquer vida humana, é pleno de desilusões pelos planos que, inevitavelmente, jamais são cumpridos.


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