Minari: criando raízes
- JORGE MARIN

- 24 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de ago.
Minari é um filme belo como qualquer vida humana pode ser bela, mas, como normalmente ocorre com todo mundo, os sonhos nem sempre funcionam como deveriam. E esse conjunto de desventuras é contado pelo olhar atento do garoto David (Alan Kim), de seis anos de idade, uma espécie de alter ego do diretor Lee Isaac Chung.
A história começa com a chegada de David e sua família à zonal rural de uma pequena cidade do Arkansas. Ele, sua irmã mais velha, Anne (Noel Kate Cho), e seus pais, Jacob (Steven Yeun) e Monica (Yeri Han), irão morar em uma casa móvel (com rodas) em uma propriedade agrícola com terras em pousio.
Enquanto a expectativa de colher vegetais típicos da Coreia – para serem vendidos a outros imigrantes coreanos como eles – é o grande sonho de Jacob, a ideia irrita profundamente Monica que considera morar no meio do nada uma ameaça à saúde de David, que tem sopro no coração e não pode correr nem praticar atividades físicas.
O casal trabalha pela manhã em uma granja local, como sexadores de frangos, e retorna à tarde para cuidar da casa e preparar as futuras plantações. Jacob contrata um ajudante chamado Paul (Will Patton), um pentecostal que passa o tempo todo orando e expulsando demônios da propriedade.
Após diversas ocorrências em que a situação começa a ficar insustentável entre o casal, Jacob aceita trazer a mãe de Monica – Soonja (Youn Yuh-jung) – para morar com eles. A chegada dessa avó irá introduzir alguns elementos culturais, mas adicionará uma deliciosa desorganização à trama.
Indo dormir no mesmo quarto, David e Soonja se estranham, ele porque ela não age como as outras avós e passa o dia xingando palavrões, assistindo luta livre na TV e “tem cheiro de Coreia”. A idosa diz que o neto não parece coreano (na verdade ele nasceu nos Estados Unidos) e que deveria, ao contrário do que faz, praticar atividades físicas.
Os conflitos, dissabores e pequenas tragédias se sucedem e, de certa forma, nos acostumamos aos personagens, como se fizéssemos parte da família.















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