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O Poço é uma parábola violenta e óbvia

  • Foto do escritor: JORGE MARIN
    JORGE MARIN
  • 22 de fev. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de ago.

O Poço é uma parábola violenta e muito óbvia sobre o sistema capitalista. No entanto, a forma como é apresentada é tanto mais assustadora quanto mais tentamos nos convencer da bondade humana. E, mesmo quando esperamos o pior, o que vem a seguir consegue superar o já visto, em crueza e desespero.

A cenografia, minimalista, se assemelha a um palco de teatro. A maior parte das cenas ocorre em uma estrutura chamada de O Buraco, onde celas para duas pessoas têm uma grande abertura central pela qual desce diariamente uma plataforma com uma mesa com alimentos para o dia inteiro.

No nível zero, há uma cozinha onde diariamente é preparado um banquete com comidas sofisticadas, iguarias, sobremesas e bebidas. Esse festim desce intacto até o nível 1 e depois sucessivamente, em breves paradas, aos níveis inferiores. Se cada dupla consumir uma pequena porção do que é servido, é possível que haja comida para todos. Logicamente isso nunca acontece.

Egoístas, não apenas os ocupantes das celas superiores devoram avidamente mais do que aguentam digerir, como emporcalham os restos de comida que não conseguem comer. Alguns justificam seus atos lembrando que, depois de um mês, ocorre um rodízio e eles podem ser transferidos para celas abaixo.

O filme tem início com Goreng (Ivan Massagué) acordando no nível 48 ao lado do velho Trimagasi (Zorion Eguileor). Ele traz o único objeto a que cada um tem direito: o livro Dom Quixote de Cervantes. Seu colega de cela tem uma faca que se amola sozinha.

A odisseia de Goreng tem, literalmente, muitos altos e baixos, até encontrar Baharat (Emilio Buale), um negro que carrega uma corda com a qual pretende chegar ao nível zero, sem se dar conta que, para isso, irá precisar da ajuda das pessoas de cima. Juntos, pretendem enviar uma mensagem à Administração que, como dito por um sábio, “não tem consciência” do que ocorre nos níveis inferiores.

Pouco a pouco, os dois paladinos irão descobrir que praticar o bem, o altruísmo e a justiça social é uma tarefa bem mais difícil, e inglória, do que imaginavam.

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