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  • O que não te contaram sobre a IA: ela é só uma tecnologia “normal”

    Estudo trata IA como tecnologia normal, não uma superinteligência, e se baseia em revoluções tecnológicas do passado para projetar implantação gradual. Imagem: Feepik Já estamos bem grandinhos para saber que o hype tecnológico é praticamente um traço estrutural do capitalismo moderno. Em mercados saturados, a busca incessante por diferenciação é condição de sobrevivência em uma arena de venture capital ávida por narrativas disruptivas para justificar seus valuations. Nesse sentido, o capitalismo não vende só produtos, mas também sonhos de futuro. Mas, será que, no caso da inteligência artificial, os atores de mercado não pesaram a mão? Os constantes padrões de versionamento apontam para uma inteligência artificial que surgirá, dizem as mídias, como uma espécie de buraco negro. Dessa “singularidade”, que já está batendo às nossas portas, “nenhum setor escapará”, dizem influencers, gurus tech, políticos e até alguns acadêmicos em busca de proeminência. “A IA vai transformar TUDO”, alerta a comunidade AI Safety. “Adapte-se ou morra", afirmam os histéricos do FOMO (medo de perder algo). Agora, um paper e projeto de livro, publicado em abril pelo Knight First Amendment Institute da Universidade de Columbia , nos EUA, traz uma brisa refrescante tanto às brumas de uma visão distópica de um cenário apocalíptico sem base empírica, como ao incenso doce e enjoativo da visão utópica. Para os autores desse ensaio de reflexão pública, Arvind Narayanan e Sayash Kapoor, respectivamente professor de computação e doutorando da Universidade de Princeton, a IA é “uma tecnologia normal”, assim como outras “tecnologias transformadoras de uso geral, como eletricidade e internet”. Inovação em IA é rápida, adoção é lenta O estudo lembra que outra revolução tecnológica — a eletrificação industrial — demorou 40 anos para ser implantada. Imagem: karlyukav/Freepik De acordo com o estudo, o grande problema do atual debate sobre IA é que ambos os lados a colocam na posição de agente autônomo, capaz de tomar decisões por conta própria e escolher, por si, os destinos da humanidade, atribuindo-lhe uma “autonomia plena” que a deixaria fora do controle humano. Quando falam em “tecnologia normal”, Narayanan e Kapoor estão na verdade rejeitando esse determinismo tecnológico. A partir de transformações históricas, os pesquisadores destacam que são as instituições humanas — e não a “vontade da tecnologia” — que moldam os impactos sociais da IA.   A afirmativa funciona, ao mesmo tempo, como uma descrição do presente (como a IA realmente é hoje), uma previsão de futuro (aposta sobre sua trajetória mais provável) e uma prescrição da forma como deveríamos tratá-la, aí incluídas orientações sobre políticas e comportamentos desejáveis. “Não achamos que ver a IA como uma inteligência semelhante à humana seja atualmente preciso ou útil para entender seus impactos sociais”, afirmam os autores no estudo. Da mesma forma, essa perspectiva antropomórfica não fornece uma base para antecipar desenvolvimentos futuros ou orientar decisões.   Mas talvez uma das contribuições mais importantes do estudo seja distinguir entre a criação e a adoção da IA. Embora 40% dos americanos já tenham experimentado IA generativa, eles a utilizam pouco — apenas algumas horas por mês, não por dia. Ou seja, as pessoas precisam reaprender como trabalhar. Fazendo uma analogia com a Revolução Industrial, o estudo lembra que a eletricidade levou 40 anos para realmente transformar as fábricas, porque não era apenas uma questão de conectar uma tomada. Foi necessário redesenhar tudo: layout das máquinas, processos de trabalho, estrutura das empresas. A grande lição da eletricidade e o futuro da IA Na Revolução Industrial, os operários passaram a supervisionar as máquinas. Imagem: Reprodução/United Artists O paralelo entre a chegada da eletricidade na Revolução Industrial e a introdução da IA não é casual. A verdadeira transformação só ocorreu quando os empresários perceberam que poderiam colocar motores elétricos individuais em cada máquina. Passado mais de um século, a IA pode estar passando pelo mesmo processo. Hoje, muitas empresas e pessoas estão simplesmente "plugando" IA em processos existentes , como usar ChatGPT para escrever emails ou automatizar tarefas pontuais. Mas isso significa encarecer essas tarefas. A verdadeira transformação, assim como o uso efetivo da tecnologia só virá com um redesenho completo dos modelos de negócios, das profissões, das rotinas de trabalho e até mesmo das estruturas sociais. Ironicamente, a crença de que a IA irá criar formas totalmente novas de produzir, interagir e viver é o que alimenta o hype. Assim como na Revolução Industrial os operários passaram a supervisionar máquinas, os empregos do futuro tenderão a focar em configurar, monitorar e supervisionar sistemas automatizados. Narayanan e Kapoor alertam que, sem supervisão humana, a IA pode cometer erros frequentes que poderiam inviabilizá-la comercialmente. Apesar de uma certa complacência com os impactos na empregabilidade e algumas previsões excessivamente categóricas sobre a supremacia humana, o paper cumpre seu propósito: oferece uma perspectiva equilibrada entre dois cenários extremos e sugere políticas fundamentadas em lições históricas ao invés de especulação.

  • Jurado nº 2: entre a culpa e a condenção

    Jurado nº 2 , que rumores apontam como o último filme dirigido por Clint Eastwood, é uma obra que expressa inconformismo com a forma pela qual a justiça é feita nos Estados Unidos. No roteiro, às vezes cínico, de Jonathan A. Abrams o próprio sistema judiciário é julgado pela forma como interesses próprios se sobrepõem. Isso vai desde o jurado Justin (Nicholas Hoult), que pretende voltar logo para casa, pois sua esposa Allison (Zoey Deutch) está prestes a ter um bebê, como a promotora Faith (Toni Collette), que pretende “fechar” logo o caso, pois está em campanha eleitoral.   Ao chegar ao tribunal em Savannah, Geórgia, Justin está preocupado com a esposa, que teve uma gravidez frustrada anteriormente. Ele se concentra e torce para uma unanimidade no júri, até perceber que o culpado pelo atropelamento da vítima do crime pode ter sido ele próprio . Em recuperação do alcoolismo, Justin estava no bar onde o réu, James (Gabriel Basso) teve uma séria discussão com sua namorada Kendell (Francesca Eastwood, filha do diretor) em uma noite chuvosa. Ela saiu sozinha para voltar para casa, ele a seguiu em sua caminhonete, e algum tempo depois ela foi encontrada morta.   Eastwood faz tudo para “atrasar” o veredito O crime é reconstruído através das versões da promotora Faith e do advogado de defesa Eric (Chris Messina), enquanto Justin lida com seus próprios flashbacks fragmentados da noite do suposto homicídio. Quando os jurados são chamados a deliberar, o que se percebe é que os dois lados têm argumentos fracos: embora o réu seja claramente suspeito, a autópsia é inconclusiva e a única testemunha não se revela confiável. Eastwood faz tudo para “atrasar” o consenso do júri, onde o policial aposentado Harold (J.K. Simmons) começa a duvidar da versão da promotora, enquanto o jurado Marcus (Cedric Yarbrough) tem certeza da culpa do réu. Atormentado pelas suas memórias, Justin se opõe à condenação rápida, mas sem se expor, pois sabe que ninguém acreditaria que ele não bebeu naquela noite . Após o julgamento ser concluído, a vida volta ao normal para todos, Faith vai até a casa de Justin. Ele atende à porta, e os dois ficam frente a frente em silêncio.

  • Caixa de Pandora: sedução e tragédia

    Caixa de Pandora é uma analogia utilizada pelo promotor de justiça para acusar de assassinato a atriz Lulu, amante do respeitável editor Ludwig Schön, vítima do crime, que frequentava o apartamento da moça em Berlim. Lulu talvez seja a primeira personificação no cinema do que veio a ser chamado de femme fatale , o arquétipo feminino da anti-heroína, muito popular nos filmes noir da década de 1940. A atriz Louise Brooks surge na tela silenciosa e em preto e branco como uma luz que contagia. Parece sair da cena e provocar os espectadores com seus trejeitos sensuais e ao mesmo tempo ingênuos. A atriz se torna a principal atração de uma peça de teatro de revista produzida pelo filho do editor, Alwa, também encantado pela jovem. Amiga de Alwa e responsável pelos figurinos da produção, a Condessa de Geschwitz revela a sua clara homossexualidade e também uma paixão incontrolável por Lulu. A decisão de levar sua futura esposa aos ensaios da peça causa um grande transtorno a Schön que, tentando convencer Lulu a se apresentar (ela se recusava a dançar com a noiva do editor presente), acaba sendo flagrado numa situação comprometedora que o obriga a se casar com a atriz. Há um personagem no filme, o velho Schigolch, que não identificamos se é o pai de Lulu, como ela afirma, ou o seu antigo cafetão, às vezes não tão antigo assim. As aparições desse enigmático senhor, geralmente em companhia do acrobata Rodrigo, causam os maiores mal-entendidos da história, fato que não seria diferente na festa de casamento de Lulu e Schön, onde uma cena caricata acaba se transformando numa tragédia. Aliás, tragédias se sucedem e acabam atingindo todos que, de uma forma ou de outra, se envolvem com Lulu. Esta, no entanto, age como se não fosse parte do ocorrido. Levada pelas circunstâncias, ela acaba indo residir num navio-cassino onde é vítima de um suspeito marquês, que a vende para um egípcio. Na parte final do filme, faminta e quase congelada pelo frio de Londres, Lulu resolve se tornar uma prostituta, sem saber que seu primeiro cliente será Jack, o Estripador. #pabst #resenha

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  • Filmes Fodásticos | jorge marin

    Filmes Fodásticos são dicas de Jorge Marin dos melhores filmes de todos os tempos, com resenhas, trailers e imagens. CRÍTICAS Amarcord (1973) Federico Fellini Em cartaz Em cartaz Em cartaz Em cartaz O que não te contaram sobre a IA: ela é só uma tecnologia “normal” Jurado nº 2: entre a culpa e a condenção Ainda Estou Aqui é contido e devastador Há algo triste em Aftersun CRÍTICAS NA FILA DO CINEMA SONHOS NA TELA Penso que ir ao cinema é como premeditar um sonho ou tomar emprestado sonhos de outras pessoas. LEIA MAIS

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    Filmes Fodásticos são resenhas dos melhores filmes de todos os tempos. QUEM SOU SONHOS NA TELA Ir ao cinema é como premeditar um sonho ou tomar emprestado os sonhos de outras pessoas. Nessa experiência coletiva, nasce uma cultura onírica: universo hipnótico de imagens, emoções e lembranças que perpassam fronteiras e conectam espectadores que talvez nunca se encontrem. Fã incondicional de Roger Ebert, concordo com ele quando dizia que “um dos presentes que um cinéfilo pode dar a outro é o nome de um filme maravilhoso que ele ainda não conhecia”. Filmes Fodásticos são presentes inestimáveis. Espero que gostem. É de coração! ENTRE EM CONTATO PARA RECEBER NOTÍCIAS Nome Email Assunto Deixe-nos uma mensagem... Enviar Obrigado pelo envio!

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